Saiba as formas mais seguras de combater a doença.
Muitas pessoas ainda desconhecem sobre essa doença silenciosa, que afeta cerca de 30 mil pessoas todos os anos, no Brasil. Em virtude desse número expressivo de casos anualmente, foi criado o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase, sempre comemorado no último domingo de janeiro. Este ano, a data será celebrada no dia 30 e o tema escolhido é “Precisamos falar sobre hanseníase.”
Combater a hanseníase no Brasil é um trabalho árduo e requer muitos esforços como:
-O diagnóstico precoce da doença: Muitos profissionais de saúde ainda não conseguem detectar com antecedência a doença em seu estágio inicial.
– Outro entrave é a questão dos medicamentos, que são fabricados fora e por esse motivo, ficamos muito vulneráveis e dependentes dos países que fabricam as drogas necessárias para o tratamento da doença aqui, no Brasil. O ideal seria que o nosso país tivesse fabricação própria desses medicamentos.
-A sequela da hanseníase também é um desafio para o Brasil. Pois não possuímos um sistema de reabilitação para as pessoas que são portadoras da doença. Esse fator ajuda na exclusão social tendo em vista que as pessoas acometidas pela hanseníase sofrem muito preconceito.
A Hanseníase:
É uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium Leprae, que também é conhecida como bacilo de Hansen, (em homenagem à Gerhard Hansen, o médico e bacteriologista norueguês descobridor da doença, em 1873). O bacilo se reproduz lentamente e o período médio de incubação e aparecimento dos sinais da doença é de aproximadamente cinco anos, de acordo com informações da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 30 mil novos casos de hanseníase são detectados todos os anos no Brasil.
Mundialmente, cerca de 210 mil novos casos são reportados todos os anos, dos quais, 15 mil são de crianças. Segundo a Opas, a hanseníase é encontrada em 127 países, com 80% dos casos na Índia, Brasil e Indonésia.
Transmissão
Especialistas afirmam que a maioria das pessoas possuem defesa natural contra a bactéria, mas que cerca de 10% não têm esse mecanismo de defesa e correm o risco de contrair a doença.
Porém quando o tratamento com antibiótico é iniciado a hanseníase deixa de ser transmissível, por esse motivo, é tão importante diagnosticá-la precocemente.
Mas é importante lembrar que os medicamentos administrados durante o tratamento não revertem os danos neurais causados pela doença e nem as sequelas ocasionadas pelo diagnóstico tardio.
A transmissão em si ocorre quando um indivíduo está infectado com a doença e encontra-se no modo infectante, ou seja, sem tratamento. Caso contrário, quando a pessoa infectada está em tratamento, ela não oferece risco algum de transmissão.
Em caso de resultado positivo, as pessoas que convivem diretamente com o infectado devem também procurar o sistema de saúde.
Sintomas da Hanseníase
Os primeiros sintomas da doença são:
– Manchas da pele que ocasiona lesões, resultando na perda de sensibilidade na área afetada.
– Fraqueza muscular
-Sensação de formigamento nas mãos e pés
Quando não detectada precocemente, a hanseníase pode ocasionar sequelas progressivas e permanentes. Essas sequelas podem ser deformidades ou mutilações, reduzindo a mobilidade dos membros e até cegueira.
Tratamento
No Brasil, a população costuma se mostrar bem resistente à doença. Na verdade, existem dois perfis de pacientes no país: aqueles que possuem uma ótima resistência e apresentam poucas lesões na pele com poucos nervos periféricos acometidos e uma carga bacilar baixa. Em contrapartida, existem uma outra parcela da população que apresenta uma alta carga bacilar com grande número de lesões cutâneas e grande número de nervos periféricos acometidos.
Sabendo disso, o tratamento desses dois tipos de pacientes é feito de maneira adequada para cada um. Os que apresentam poucas lesões realizam tratamento com administração de antibióticos por cerca de seis meses. Já os pacientes que possuem uma alta carga bacilar, realizam o tratamento por um período maior de doze meses. Esse tratamento em específico é feito no posto de saúde onde o paciente, geralmente vai uma vez por mês, toma uma medicação e outras são receitadas para que sejam tomadas em casa.
Prevenção
A forma mais eficaz de se prevenir contra a hanseníase é tomando a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), que é responsável por prevenir essa e outras doenças.
A vacina BCG é aquela que tomamos nos primeiros dias de vida que deixa uma marquinha no braço.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a Hanseníase, faça a sua parte conscientizando mais pessoas sobre a importância da vacinação e também desconstruindo o preconceito que existe a respeito da doença.